O governo de Taiwan aumentou seu alerta de viagem para a China na quinta-feira (27), dizendo a seus cidadãos para não irem a menos que seja absolutamente necessário, após uma ameaça de Pequim na semana passada de executar aqueles considerados apoiadores “obstinados” da independência de Taiwan.
Liang Wen-chieh, porta-voz do Conselho de Assuntos da China Continental, de Taiwan, disse aos repórteres que a advertência de viagem também se aplicava às cidades de Hong Kong e Macau, administradas pela China.
A China, que considera Taiwan, democraticamente governada, como seu próprio território, não escondeu sua antipatia pelo presidente Lai Ching-te, a quem considera um “separatista”, e realizou dois dias de jogos de guerra depois que ele assumiu o cargo no mês passado.
Na semana passada, ao anunciar novas diretrizes legais, a China ameaçou executar os separatistas da independência de Taiwan em casos extremos, um aumento ainda maior das tensões que atraiu a condenação de Lai e de seu governo, bem como dos Estados Unidos.
Liang, ao fazer o anúncio em uma coletiva de imprensa em Taipé, disse que essas diretrizes representam uma séria ameaça à segurança dos taiwaneses que visitam a China, além de outras medidas que a China vem tomando para fortalecer suas leis de segurança nacional.
“Se não for necessário ir, então não vá”, afirmou ele, acrescentando que isso não significava uma proibição de visitas e que se tratava de proteger o povo de Taiwan e lembrá-lo do risco, em vez de ser uma “contramedida”.
O Escritório de Assuntos de Taiwan, da China, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Na quarta-feira (26), questionado sobre as preocupações de que as diretrizes pudessem causar medo ao povo de Taiwan e não ajudar a melhorar as relações, o escritório disse que elas visavam apenas um número muito pequeno de “palavras e ações malignas dos obstinados” da independência.