A falta de água em Várzea Grande, que é considerada um problema crônico há anos, foi o pano de fundo de um debate na sessão ordinária da Câmara Municipal, nesta terça-feira (7), que terminou com o presidente do parlamento, Pedro Paulo Tolares, o Pedrinho (UB), sugerindo a criação de uma CPI do Departamento de Água e Esgoto (DAE) para investigar o órgão. A sugestão surgiu após a vereadora Rosy Prado (UB) criticar o problema no abastecimento de água na cidade, especialmente na região do Cristo Rei.
Rosy, que já foi parte da administração da ex-prefeita Lucimar Campos, destacou que nunca viu uma crise dessa magnitude e que, na época de Lucimar, mesmo sem a ETA Cristo Rei, não houve tantas reclamações da população. A crítica foi apoiada pelo vereador Alessandro Moreira da Silva (PP), que revelou, na tribuna, que bandidos estavam furtando fiações de energia das obras da Estação de Tratamento e Abastecimento de Água - ETA Barra do Pari, no bairro Chapéu do Sol e cobrou mais segurança na região.
Vale destacar que a ETA Cristo Rei foi inaugurada em 20 de dezembro de 2021 com o objetivo de atender 72 bairros e 100 mil moradores. De acordo com o divulgado na época, a Estação produz 320 litros de água por segundo ou 27,648 milhões de litros por dia. Na tribuna, Rosy enfatizou que há um desperdício significativo de água na ETA e criticou o fato de muitos bairros serem abastecidos apenas durante a noite e com isso questionou: 'onde está essa água?'. "Eu não moro na região do Cristo, mas meu celular está bombando. Não para de receber chamadas. Subirei nesta tribuna quantas vezes forem necessárias e clamarei ao nosso prefeito [Kalil Baracat], que tem investido muito em água. Não quero continuar repetindo as mesmas coisas. Na época da prefeita Lucimar, não tínhamos a ETA do Cristo Rei! Nós captávamos bem menos água e não tínhamos tantos problemas com a água. Hoje, estamos captando mais de 1070 litros de água, mas estamos perdendo de 60% a 70%", afirmou Rosy.
A vereadora também aproveitou para criticar o andamento das obras na ETA do Pari, que está acontecendo em ritmo lento. "Estive na ETA do Pari e as obras lá estão muito devagar. O que vi lá não condiz com a inauguração que aconteceria em dezembro. A esperança desta Casa de Leis, com seus 21 vereadores, é do prefeito era amenizar a situação, mas a obra está indo devagar, a passos de tartaruga", destacou.
O pronunciamento da vereadora foi referendado pelo vereador Alessandro Moreira, que chamou a atenção para um crime ocorrido na ETA do Pari. "O problema crônico da cidade é a questão do abastecimento de água. Marginais foram à ETA do Pari e roubaram 20 extensões de fios, cada uma com 30 metros. Esses fios são das válvulas de coleta de água. Fazemos um apelo à Secretaria de Ordem Pública. Compram os fios, e eles são furtados. Será que há algo por trás? Alguém está boicotando a administração ou os vereadores?",
questionou o vereador.
Após o pronunciamento da vereadora, diante das várias cobranças, o presidente Pedrinho sugeriu a discussão sobre a instalação de uma CPI do DAE. "As cobranças são contundentes. A esperança de melhorar o problema da água só cresce. Infelizmente, um joga a responsabilidade para o outro. Acho que a solução, como alguns colegas já mencionaram, é criar uma CPI do DAE. Vamos investigar e tornar público quem é responsável e quem não é. Vamos discutir e, se for viável, propor a CPI do DAE, pois chegou a hora", declarou o presidente.
Idamil Soares 09/11/2023
Espero que levem a ideia da CPI a diante. Mudei com a minha família no fim do ano passado de Cuiabá para um condomínio no chapéu do sol em VG. E desde então foi só desgosto. Muito arrependido de ter investido nesta cidade. Ouço a promessa de melhorar e inaugurar a ETA do pari desde o ano passado, Mas as coisas só pioram. Todo mês precisamos comprar agua dos caminhões pipa. Nunca imaginei que passaria por isso em um em um lugar tão abundante de água como nossa região.
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