A defesa de Flores pediu a suspensão do processo com base na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a suspensão nacional de ações envolvendo o uso de dados do COAF sem autorização judicial.
Ao analisar o pedido, o juiz destacou que a determinação não alcança o caso do médico, pois a própria decisão complementar do STF delimitou o alcance da suspensão.
O magistrado ressaltou que o processo não envolve anulação de relatórios ou retirada de peças investigativas que justificassem a paralisação da ação penal. Segundo ele, nenhuma das situações apontadas pelo STF se aplica ao processo.
"Portanto, indefiro o pedido de suspensão do processo, por não se enquadrar nas hipóteses abrangidas pela determinação do Supremo Tribunal Federal", decidiu.
O suposto esquema
Conforme a investigação da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), Taiza seria a líder do suposto esquema criminoso, no qual já foram oficialmente identificadas dezenas de vítimas e um prejuízo de ao menos R$ 2,5 milhões.
O MidiaNews apurou que a maioria das vítimas preferiu não registrar boletim de ocorrência contra a empresária. O número de lesados, conforme fonte da reportagem, pode chegar a 100 pessoas, que juntas teriam perdido mais de R$ 15 milhões.
Entre 2021 e 2022, o escritório da DT Investimentos funcionou no Edifício Helbor Business, no Bairro Alvorada, na Capital. Taiza se apresentava como proprietária, enquanto seu ex-marido, o ex-policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola, e o cirurgião-geral Diego Rodrigues Flores, se apresentavam como seus sócios.
Ricardo e Diego também foram alvos da Operação Cleópatra, e tiveram cumpridos contra eles mandados de busca e apreensão, bloqueios de bens e valores e suspensão de atividades econômicas de empresas.
Na operação, entretanto, somente Taiza foi presa, por mandado, e seu marido pelo flagrante com materiais ilícitos.


