O ex-governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, afirmou acreditar que a onda de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro após sua prisão, especialmente entre políticos do Estado, está ligada aos interesses eleitorais do próximo ano. A declaração foi dada nesta quarta-feira (26), durante evento no resort Malai Manso.
“Você viu essa semana, quando saiu a prisão do Jair, os políticos aqui de Mato Grosso, independentemente da cor política, menos os petistas, todos ficaram solidários com o Bolsonaro. O que é isso? Na verdade, solidários com ele? Não, não é. É solidariedade com a posição política de querer não perder o voto de quem acredita nesse tipo de coisa”, disse Blairo.
Blairo, que também foi ministro da Agricultura no governo Michel Temer (MDB), ressaltou que a sociedade está muito polarizada e que o melhor é deixar a Justiça agir sem pressões.
“Eu vejo, dentro da minha própria família, no rol dos meus amigos, 'ah, mas não teve golpe. Se não teve golpe não pode ter punição'. Aí o outro fala assim 'mas teve a tentativa, se teve a tentativa tem que ter a punição'. Eu parto do princípio de que a Justiça tem a última palavra”, declarou.
“Se algum erro existir nesse processo judicial, mais à frente, depois que as pressões diminuírem, depois que as coisas acalmarem, certamente muitas decisões poderão ser revistas. Eu não sei em que grau, porque não sou jurista, não conheço, mas aqueles que não estão satisfeitos vão ter essa possibilidade”, acrescentou.
Jair Bolsonaro foi preso preventivamente no último sábado (22 de novembro), após tentar violar a tornozeleira eletrônica que usava com um equipamento de solda. Na terça (25), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que ele comece a cumprir a pena de 27 anos de prisão, após ser condenado por tentativa de golpe de Estado e pela abolição violenta do Estado Democrático de Direito.


