Tropas russas foram acusadas de usar equipamentos de internet via satélite enviados à Ucrânia pela empresa Starlink, do bilionário Elon Musk. A agência de inteligência militar ucraniana afirmou neste domingo (11) que o sistema está sendo usado em seus territórios.
Os equipamentos foram enviados pela Starlink em fevereiro de 2022, logo após a invasão russa à Ucrânia, como forma de manter a comunicação entre autoridades e campos de batalha. A empresa de Musk diz que não faz negócios com o governo ou o exército russo.
"Foram registrados casos de uso russo de dispositivos doados. Está começando a assumir uma natureza sistêmica", disse Andriy Yusov, porta-voz da Direção Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia.
Segundo as autoridades, os terminais de internet da Starlink foram usados por integrantes da 83ª Brigada de Assalto Aéreo da Rússia, que atualmente mantém disputas nas cidades ucranianas de Klishchiivka e Andriivka, na região de Donestsk.
A agência de inteligência da Ucrânia afirmou que interceptou comunicação entre dois soldados que estavam configurando a internet via satélite, mas não disse como os equipamentos podem ter sido obtidos pelas forças russas.
A Starlink afirmou na quinta-feira (8) que seus terminais não estavam ativos na Rússia e que nunca vendeu os equipamentos em território russo, mas não comentou sobre o possível uso em territórios ocupados ucranianos.
"Se a SpaceX obtiver conhecimento de que um terminal Starlink está sendo usado por uma parte sancionada ou não autorizada, investigaremos a reclamação e tomaremos medidas para desativar o terminal, se confirmado", disse a empresa de Musk.
Neste domingo (11), Elon Musk disse que as alegações de que a SpaceX, responsável pela Starlink, está vendendo terminais de internet para a Rússia são "categoricamente falsas". "Até onde sabemos, nenhum Starlink foi vendido direta ou indiretamente para a Rússia", afirmou.