Presa em operação, Thaisa Souza morava em condomínio de luxo e tem a afeição de membros da facção
Presa em operação, Thaisa Souza morava em condomínio de luxo e tem a afeição de membros da facção
Alvo de peso da operação Ativo Oculto, deflagrada na semana passada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), Thaisa Souza de Almeida é casada há 10 anos com Sandro da Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, citado como o chefe do Comando Vermelho em Mato Grosso. Ela é apontada como a “primeira-dama” da facção criminosa e descrita como “caridosa” por familiares de membros do CV, sendo responsável pela “atuação social” da maior facção criminosa de Mato Grosso. As informações foram levantadas pelo Gaeco, do Ministério Público Estadual (MPE), e constam em decisão sigilosa assinada pelo juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), que autorizou a operação. Thaisa foi presa no dia 23 deste mês, dentro do condomínio de luxo Florais da Mata, em Várzea Grande. No dia seguinte, a defesa tentou a conversão da prisão preventiva para domiciliar, alegando que ela passou recentemente por uma cirurgia plástica e tem um filho menor de idade. No momento em que recebeu os agentes do Gaeco, ela inclusive ainda estava enfaixada após passar por cirurgias de rinoplastia, implante de silicone e lipoaspiração. O pedido, no entanto, foi rejeitado. As investigações apontam que a primeira-dama do CV é responsável pela “atuação social” da organização criminosa. “Dentre elas, a entrega de cestas básicas a comunidades locais e familiares de presos faccionados, no intuito de fomentar a arregimentação de membros e sua fidelidade”, diz trecho do documento. Thaisa foi presa em uma casa alugada no valor de R$ 9,6 mil mensais. Com ela, ainda foi encontrada uma Hillux vermelha avaliada em R$ 300 mil. Segundo o Gaeco, ela já foi alvo, no passado, da Operação Grená, quando foi identificada como integrante da organização criminosa. “Mormente respondendo atualmente à ação penal e a dois inquéritos policiais, assevera a representação que Thaisa Rabelo vem contribuindo para assegurar o proveito econômico dos crimes perpetrados pelas diversas ramificações”, aponta a decisão. Sandro Rabelo, o "Sandro Louco", apontado como líder do Comando Vermelho e marido de Thaisa desde 2013, segundo as investigações. Casas de luxo e "laranja" Thaisa se "escondia" à vista de todos. Antes de morar no Florais da Mata, morou no condomínio Brasil Beach Home Resort Cuiabá. As residências de luxo era possíveis, conforme o Gaeco, porque era alugadas em nome da advogada Adriana Borges Souza da Mata, que foi presa temporariamente na operação. Consta nas investigações que a advogada seria a responsável pelos contratos de locação dos imóveis de alto padrão ”Pertencente ao núcleo de Sandro Rabelo, Adriana da Mata é advogada e está ligada diretamente à Thaisa Rabelo, esposa de Sandro, a qual, segundo a representação, para ocultar a vida luxuosa com valores ilícitos, vale-se de Adriana, que teria sido a responsável pelo contrato de locação ideologicamente falso”, diz trecho do documento. Relatórios financeiros apensados à investigação apontam que Adriana ainda "alugava" um token e uma conta bancária no nome de Cidiney Rodrigues Ferreira pelo valor de R$ 2 mil. Só para essa conta, ela teria realizado transferências bancárias a no valor de R$ 233.895,50, através de 61 operações financeiras.