Cerca de 200 mil pessoas que foram deslocadas de suas casas no final de julho devido ao confronto armado entre Tailândia e Camboja voltaram nas últimas horas para suas residências, localizadas em províncias fronteiriças, informaram neste domingo (3) as autoridades de ambos os países. Depois que o Camboja contabilizou quase 170 mil deslocados e a Tailândia outros 190 mil, esses números foram reduzidos em milhares de um lado e para 26.880 no outro, respectivamente. Embora Phnom Penh não tenha especificado a quantidade de pessoas que permanecem neste domingo em abrigos temporários, confirmou que alguns desses locais já foram fechados e milhares de cidadãos estão de novo em suas casas.
Os retornos continuam nesta segunda-feira (4), após quatro noites seguidas sem ataques na zona fronteiriça, onde foi implementado na última quarta um cessar-fogo alcançado com a mediação de Estados Unidos e China, e que está sendo supervisionado por delegados militares da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Bangcoc pediu aos moradores da província de Sisaket que permaneçam em abrigos temporários até que termine uma verificação de que a área está livre de ameaças, depois que o Exército tailandês acusou o cambojano de colocar minas antipessoais em alguns territórios.
A Tailândia tem dado ênfase especial na neutralização de drones que sobrevoem estas regiões e na prisão de suspeitos de espionagem perto das linhas de fronteira. Ambos os governos reiteraram neste domingo sua disposição de participar da reunião do Comitê Geral de Fronteira (CGF), que será realizada de segunda a quinta-feira na Malásia, e contará com a observação de EUA e China. O confronto eclodiu no dia 24 de julho e se estendeu por cinco dias, o que deixou um saldo de 44 mortos e mais de 100 feridos em ambos os lados da linha divisória. Bangcoc e Phnom Penh, cuja fronteira foi cartografada pela França em 1907, quando o Camboja era sua colônia, têm uma disputa territorial histórica que se acirrou em maio com a morte de um militar cambojano em um confronto entre os dois exércitos em uma área reivindicada por ambas as partes.