A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), atribuiu à burocracia e à escassez de recursos próprios a lentidão nas obras de pavimentação asfáltica no bairro Paiaguás e a permanência de buracos em vias importantes do município, como a avenida Alzira Santana. A gestora foi questionada após moradores classificarem o bairro como “abandonado”, sete meses depois de a Prefeitura anunciar, no aniversário da cidade, em 15 de Maio, que resolveria os problemas de infraestrutura da região.
Segundo os relatos da população, a situação das ruas é crítica, com buracos que obrigam ônibus do transporte coletivo a desviar de rota e dificultam o acesso de moradores às próprias garagens. Diante das cobranças, Moretti explicou que as obras no Paiaguás dependem de recursos próprios vinculados a medições e convênios, o que, segundo ela, torna o processo lento.
“O Paiaguás tem um recurso próprio, e esse recurso vai sendo liberado de medição em medição. Enquanto não libera o recurso, a empresa não dá continuidade na outra rua. Eu até achei que fosse mais rápido, mas infelizmente não é. A burocracia pega”, afirmou a prefeita.
Flávia Moretti reconheceu que o problema de buracos não se restringe ao Paiaguás e disse que Várzea Grande enfrenta um déficit histórico de infraestrutura viária. “Nós temos uma cidade que precisa ser recapeada quase que 90%. Eu não tenho recurso para todos esses buracos. A gente vai traçando algumas estratégias, mas não dá para fazer tudo ao mesmo tempo”, declarou.
A prefeita também citou a dependência de emendas parlamentares para avançar em obras de maior porte e afirmou que os recursos recebidos até agora foram pontuais e direcionados a bairros específicos. “Eu conto com emendas de deputados, senadores e do governador. Até hoje recebi muito pouco para esse fim, sempre muito pontual. No Pirineus e no Maringá, por exemplo, estou com tapa-buraco e recapeamento porque consegui liberar uma emenda do senador Jaime Campos, que era de 2021 ou 2022, e só consegui agora, no final de 2025”, disse.
De acordo com a gestora, esse tipo de recurso chega ao município já “carimbado”, o que impede a aplicação livre em outras áreas que também enfrentam problemas. “Não vem assim: ‘dez milhões para você passar massa asfáltica onde abrir buraco’. São recursos destinados a bairros específicos”, explicou.
Questionada sobre os buracos de grandes proporções na avenida Alzira Santana, uma das principais vias de Várzea Grande, Flávia Moretti afirmou que se tratam de danos recentes, que precisam ser custeados com recursos próprios do município. Segundo ela, no fim do ano, o orçamento não permite novos empenhos.
“Esses buracos da Alzira Santana são novos e eu tenho que pagar com recurso próprio. Agora, no final do ano, eu não tenho orçamento para empenhar esses valores. Isso vai ficar mais para o ano que vem, para a gente voltar ao planejamento desses outros lugares”, concluiu a prefeita.


