Na manhã de terça-feira (16), a Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, por meio da 1ª Delegacia de Polícia de Barra do Garças, deflagrou novos desdobramentos da Operação Cenário Montado GYN, com o cumprimento de mandados de prisão, buscas e apreensões nos municípios de Barra do Garças (MT) e Goiânia (GO). A operação visa aprofundar as investigações sobre fraudes em procedimentos licitatórios envolvendo contratos públicos de elevado valor financeiro, que causaram prejuízos ao dinheiro público.
A investigação teve início a partir de uma denúncia anônima encaminhada ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que realizou uma apuração preliminar durante cerca de dois anos. No início de 2025, os elementos informativos obtidos foram remetidos à Polícia Civil, que passou a conduzir as diligências no âmbito da Polícia Judiciária.
O objetivo da operação é o cumprimento de medidas judiciais e o aprofundamento da coleta de provas relacionadas ao esquema criminoso, que envolvia a criação de empresas de fachada ou o uso de "laranjas" para formalizar organizações com CNPJs fictícios. Com esses registros, o grupo criminoso participava de licitações públicas simulando concorrência e direcionando os resultados para garantir que suas empresas associadas fossem sempre as vencedoras. As empresas envolvidas não possuíam estrutura física, funcionários ou movimentação financeira compatível com os contratos assinados.
De acordo com o balanço parcial da operação, foram solicitados sete mandados de prisão preventiva e cumpridas ordens de busca e apreensão em, no mínimo, sete endereços. Também foi determinada a suspensão de duas empresas. A Justiça autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal de sete investigados, além de empresas relacionadas, bem como a quebra de sigilo telefônico e telemático, envolvendo sete linhas e aparelhos.
As investigações apontaram indícios de fraude à licitação, lavagem de capitais, associação criminosa e falsidade ideológica. A Operação Cenário Montado reflete o modus operandi do grupo, que criava uma concorrência simulada para fraudar processos licitatórios.
Além disso, as apurações revelaram que o esquema de contratação foi replicado em outros municípios da região, incluindo Barra do Garças, por meio de adesões a atas de registro de preços originárias de Pontal do Araguaia. Um pregão eletrônico realizado em 2025 passou a integrar o núcleo central da atual fase da operação, com indícios de irregularidades na execução contratual e possível subcontratação integral.
Com base nos elementos colhidos, o Poder Judiciário deferiu 30 medidas cautelares requeridas pela Polícia Civil, reforçando o compromisso das forças de segurança com a defesa do dinheiro público, pautada pela técnica, eficiência e legalidade.
A Polícia Civil informou que as investigações continuam em andamento, e novas informações podem ser divulgadas conforme o avanço dos trabalhos.
