Sob presidência do Japão, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) convocou para esta segunda-feira (4) uma reunião para discutir a situação no Oriente Médio.
Na última quinta-feira (29), em meio à guerra entre o governo de Israel e o grupo terrorista Hamas, mais de 100 pessoas morreram e outras 750 ficaram feridas durante a entrega de ajuda humanitária escoltada pelas Forças de Defesa de Israel (FDI). Ao todo, cerca de 30 mil pessoas já morreram desde o início do conflito, em outubro do ano passado.
As imagens do tumulto da última quinta circularam o mundo, e alguns países criticaram o governo de Benjamin Netanyahu. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, por exemplo, divulgou nota afirmando que a ação militar israelense em Gaza não tem "qualquer limite ético ou legal" e que a situação na região é "desesperadora" e "intolerável".
Em resposta ao comunicado divulgado pelo Itamaraty, a embaixada de Israel em Brasília afirmou que os integrantes da FDI não dispararam contra o comboio da ajuda humanitária e que a confusão começou quando algumas pessoas empurraram e pisotearam outras pessoas "para roubar" mantimentos.
Nesta sexta (1º), o secretário geral da ONU, António Guterres, afirmou em uma rede social que os cidadãos de Gaza precisam de ajuda "urgente" e que o episódio das mortes durante a entrega da ajuda humanitária o deixou "consternado".
"Condeno o incidente de quinta-feira em Gaza, no qual mais de 100 pessoas foram alegadamente mortas ou feridas enquanto procuravam ajuda vital. Os civis desesperados em Gaza precisam de ajuda urgente", afirmou Guterres em uma rede social.
"Estou consternado com o trágico custo humano do conflito em Gaza - mais de 30.000 pessoas alegadamente mortas e mais de 70.000 feridas. Reitero o meu apelo a um cessar-fogo humanitário imediato e à libertação incondicional de todos os reféns", completou o secretário-geral da ONU.
Líderes mundiais
Após a divulgação das imagens de Gaza, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou em uma rede social que a situação em Gaza é "terrível" e que a população civil deve ser protegida, acrescentando que um cessar-fogo precisa ser implementado "imediatamente".
"Profunda indignação com as imagens vindas de Gaza, onde civis foram alvo de soldados israelenses. Expresso a minha mais veemente condenação destes tiroteios e apelo à verdade, à justiça e ao respeito pelo direito internacional", publicou Macron.
Também na segunda, o presidente dos Estados Unidos, Joe biden, informou que o país fará lançamentos aéreos de ajuda humanitária e aumentará os "esforços" para garantir as entregas por terra.
Os Estados Unidos são aliados de Israel e têm votado contra propostas de resolução no Conselho de Segurança da ONU que tratem da guerra em Gaza. Entre os argumentos apresentados pelo governo Biden estão a não condenação clara do Hamas como grupo terrorista e a falta de clareza sobre o direito de defesa israelense.
"Nos próximos dias, os Estados Unidos realizarão lançamentos aéreos de ajuda a Gaza, redobrarão os seus esforços para abrir um corredor marítimo e expandirão as entregas por terra. A ajuda que flui para Gaza está longe de ser suficiente.
Todos nós precisamos fazer mais. E os Estados Unidos farão mais", publicou Biden em uma rede social.
Também em rede social, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan afirmou que Israel faz "ataques deliberados" que resultam nas mortes de civis inocentes.