O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anuncia nesta terça-feira (23) a aprovação de R$ 2 bilhões para a primeira etapa da construção da FMT (Ferrovia de Mato Grosso), da Rumo.
Esse primeiro trecho, de 162 km, se estenderá de Rondonópolis (MT) a Dom Aquino (MT). Segundo o banco, a previsão é de que as obras sejam concluídas no segundo semestre de 2026.
Ao todo, a ferrovia, batizada de Senador Vicente Emílio Vuolo, terá 743 km de extensão e passará por 16 municípios, ligando Rondonópolis a Lucas do Rio Verde, também no Mato Grosso, com um ramal para Cuiabá. O projeto está dividido em cinco fases.
O apoio do BNDES nesta primeira etapa será realizado por meio da subscrição de debêntures (títulos de dívida), no volume total da emissão (R$ 2 bilhões), que foi coordenada pelo próprio banco.
A FMT tem como objetivo capturar uma parcela do transporte de grãos, principalmente soja e milho. Além disso, a ferrovia ampliará a capacidade de escoamento da produção agroindustrial do estado e vai integrar os modos rodoviário e ferroviário.
Um novo terminal, próximo a BR-070, funcionará como ponto de transferência das cargas transportadas por rodovia para o modal ferroviário. A previsão é que as obras também sejam concluídas no segundo semestre do ano que vem. O terminal terá capacidade para escoar até 10 milhões de toneladas de grãos por ano, principalmente soja e milho.
"Essa ferrovia representa um avanço significativo para o escoamento da produção agrícola de Mato Grosso, com redução de custos logísticos, aumento da competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional e alívio na sobrecarga das rodovias, prioridades do governo do presidente Lula", disse em nota o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Segundo o BNDES, somente em 2025, a Rumo realizou três emissões no mercado de crédito brasileiro, num total de R$ 4,8 bilhões, captados em debêntures incentivadas. Os recursos serão usados para financiar investimentos na Ferrovia de Mato Grosso, na Malha Paulista e em outros ativos. O apoio do BNDES faz parte desse montante.
O contrato de autorização para a construção da Ferrovia de Mato Grosso foi assinado em 2021 pelo governo de Mato Grosso e pela Rumo. A obra faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mas será construída apenas com investimentos privados.
O investimento total da FMT é estimado entre R$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões.


