A democracia não é um crime e a autocracia é o verdadeiro “mal”, afirmou o presidente de Taiwan, Lai Ching-te, nesta segunda-feira (24), após a China ameaçar impor pena de morte em casos extremos para separatistas “obstinados” a favor da independência de Taiwan.
A China, que considera Taiwan parte de seu próprio território, não esconde sua aversão a Lai, que assumiu o poder no mês passado, dizendo que ele é um “separatista” e organizou jogos de guerra pouco depois de sua posse.
Na sexta-feira, a China intensificou sua pressão sobre Taiwan emitindo novas orientações legais para punir aqueles que, segundo ela, apoiam a independência formal da ilha, embora os tribunais chineses não tenham jurisdição na ilha governada democraticamente.
Questionado sobre a medida da China em uma entrevista coletiva no gabinete presidencial em Taipé, Lai afirmou: “quero sublinhar: democracia não é um crime; é a autocracia que é o verdadeiro mal”.
“A China absolutamente não tem direito de sancionar cidadãos de Taiwan apenas pelas opiniões que eles têm. Além disso, a China não tem o direito de perseguir os direitos do povo de Taiwan além das fronteiras”, disse.
Segundo a China, qualquer um que não defende a “reunificação” apoia portanto a independência de Taiwan, acrescentou Lai.
“Eu também quero pedir que a China reconheça a existência da República da China e tenha interações e diálogos com o governo legítimo e democraticamente eleito de Taiwan”, disse, usando o nome formal de Taiwan. “Se isso não for feito, as relações entre Taiwan e China apenas ficarão cada vez mais distantes”.
Lai rejeita as reivindicações de soberania de Pequim e afirma que apenas o povo de Taiwan pode decidir sobre seu futuro. Ele ofereceu negociações à China repetidas vezes, mas foi rejeitado.
A China afirma que qualquer medida de Taiwan para declarar independência formal seria motivo para atacar a ilha.