Após o episódio de violência em uma escola estadual de Cuiabá, que terminou na delegacia e viralizou nas redes sociais, o secretário de Educação de Mato Grosso, Alan Porto, anunciou nesta sexta-feira (07.11) que o tema da violência — especialmente a doméstica — será incluído no currículo escolar a partir de 2026.
A medida faz parte de uma estratégia do Governo do Estado para fortalecer ações preventivas e promover a cultura de paz nas escolas. O anúncio foi feito durante a entrega da reforma e ampliação da Escola Raimundo Pinheiro da Silva, no bairro Shangri-lá, em Cuiabá.
“Nós temos protocolos de segurança e equipes psicossociais atuando nas unidades, mas precisamos ir além. A violência precisa ser discutida dentro da sala de aula”, afirmou Alan Porto.
O secretário explicou que o conteúdo será trabalhado de forma interdisciplinar, envolvendo arte, teatro, música e projetos pedagógicos.
“A partir do ano que vem, vamos trabalhar no currículo do Estado a questão da violência, principalmente a doméstica. Isso já está previsto na Base Nacional Comum Curricular e na Lei Maria da Penha. Precisamos ensinar nossos jovens a identificar, reagir e reduzir esses comportamentos”, declarou.
Alan ressaltou que a educação é a principal ferramenta de prevenção.
“É nessa conversa e nesse diálogo com a comunidade escolar e com os estudantes que a gente vai vencer”, completou.
O secretário também lembrou que as escolas estaduais possuem protocolos de segurança e são monitoradas pelo Núcleo de Inteligência da Segurança Escolar (NISE) e pelo programa Vigia Mais MT.
“As unidades têm controle de acesso e, quando há qualquer tipo de invasão ou ameaça, o caso é imediatamente denunciado. Não admitimos violência física ou moral dentro do ambiente escolar. Quando há infração, acionamos a Polícia, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça”, afirmou.
Entenda o caso
A medida foi anunciada após uma confusão entre uma mãe e um grupo de estudantes na Escola Estadual André Avelino, no bairro CPA, em Cuiabá, na última terça-feira (04). O caso foi filmado e viralizou nas redes sociais.
O vídeo mostra uma mulher de 36 anos ameaçando adolescentes de 15, 16 e 17 anos, dizendo: “Eu destruo você”. Segundo o boletim de ocorrência, ela chegou à escola visivelmente alterada, proferindo palavras de baixo calão e tentando agredir as alunas. O caso foi registrado como vias de fato e ameaça.
Durante o tumulto, um professor e dois homens não identificados intervieram para separar as envolvidas e proteger os estudantes.
