O MPMT (Ministério Público de Mato Grosso) se manifestou, nesta quinta-feira (26), contrário ao pedido feito pela Defensoria Pública de absolvição do x-policial militar Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos. Ele foi acusado de homicídio quadruplamente qualificado, pela morte da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48 anos.
“Quanto ao pedido de absolvição sumária, de imediato, com base em um exame de insanidade mental do acusado realizado no ano 2016, trata-se, com a devida vênia, de pedido descabido, até porque, como se demonstra abaixo, o acusado não possui nenhuma doença que o impeça de ter discernimento do que é certo e do que é errado”, diz trecho do documento anexado nos autos pelos MPMT.
O Ministério Público também contesta o laudo apresentado pela Defensoria Pública.
“Em nada socorre a Defensoria Pública juntar aos autos Laudo Pericial realizado em 21 de março de 2016 e expedido em 20 de abril de 2016 informando que o denunciado, à época (em 2016), era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito de seus atos e de determinar-se segundo este entendimento, uma vez que no Relatório de Assistência Social realizado em 17 de agosto de 2023, assinado por uma
assistente social, uma enfermeira e uma psicóloga, juntado nos autos do pela própria Defensoria Pública do Estado, foi consignado que até o momento da avaliação (25/07/2023), não foi observado pela equipe da EAP nenhum sintoma de delírios persecutórios, quadro psicótico, prejuízo cognitivo e/ou alucinações auditivas e visuais, inclusive, consta que em 30 de junho de 2023 o denunciado passou por uma
avaliação médica a qual atestou que estava com bom estado físico e mental para a realização
de suas atividades laborais”, argumenta o MP em outro trecho.
Por fim, o MPMT pede que, caso do pedido da Defensoria seja acolhido pela Justiça, o ex-PM seja interditado e fique sobre a tutela de curador. Além disso, que os exames que podem comprovar a insanidade o acusado sejam novamente feitos pela Sesp (Secretaria Estadual de Segurança Pública) no prazo de 45 dias, salvo se os peritos demonstrarem a necessidade de maior tempo, bem como deve o laudo ser apresentado dentro de dez dias, contados da data da realização da perícia técnica.
O caso
A vítima foi encontrada morta dentro de um carro no Parque das Águas, em Cuiabá, no final da tarde do dia 13 de agosto.
As investigações iniciaram por volta das 15h, após equipe da DHPP ser acionada para realizar a liberação do corpo da vítima, que foi levado pelo irmão, dando entrada na unidade hospitalar por volta das 14h25, já sem vida.
Segundo as investigações, Cristiane passou a tarde de sábado em um churrasco com a família e amigos e por volta das 22h foi com o seu carro até um bar nas proximidades da Arena Pantanal.
No local, a vítima conheceu um homem com quem teria deixado o bar por volta das 23h30.
Após o fato, os familiares não conseguiram mais contato com a vítima, que também não dormiu em casa. Preocupados com o paradeiro, o irmão dela acessou um aplicativo que indicou que o celular estaria no Parque das Águas.
No local, o corpo da vítima foi encontrado dentro do seu veículo Jeep, já sem vida, sendo encaminhada ao hospital pelo irmão.
Com base nas informações, os policiais da DHPP deram início às diligências, chegando até o último local em que a vítima esteve antes da morte, em uma residência no bairro Santa Amália.
Por meio de imagens de câmeras de segurança foi possível ver o veículo da vítima saindo do endereço, na parte da manhã, com o suspeito na direção.