Em entrevista ao vivo ao Programa do Pop, Doriana Matiello, mãe de Yara Salvador Matiello, que foi assassinada, pelo tio em Terra Nova do Norte, declarou que não viu quando a filha de 9 anos sair de casa, com o tio. A menina foi encontrada morta e enterrada em uma propriedade rural da cidade, na quarta-feira (20). O autor do crime é irmão de Doriana.
Doriana, disse que percebeu que a filha não estava em casa por volta das 07:00, quando foi até o quarto, chamar a menina, e não a encontrou no quarto.
Nesta hora, meu coração de mãe já sentiu, e a primeira coisa que me veio a cabeça, foi que ela estava com ele. Eu liguei, ele não atendeu, tentei falar com ela, mas ela também não atendeu. Eu então já fui para delegacia”, contou aos prantos a mãe em entrevista para Everton Pop.
A menina teria mandando uma mensagem para mãe por volta da meia noite, dizendo que o tio a havia convidado para ir na casa dele.
“Eu não via mensagem, eu estava dormindo. Mas o pedido era para ela ir no outro dia, depois que saísse do curso. Mas eu nunca deixei ela sozinha com ele”, relatou a mãe.
Depois de voltar da delegacia, a Doriana encontrou com o irmão que foi até a casa dela. Neste primeiro momento, ele teria negado que esteve com a criança. Ele só confessou horas depois que foi preso.
“Primeiro ele disse que não sabia. Então eu o chamei para ir na delegacia. Onde já deixaram ele preso. Depois ele acabou confessando que tinha sido ele”.
A mãe de Yara contou que acolheu o irmão, pois ele teria pedido ajuda para deixar o mundo das drogas, e teria dito que queria deixar essa vida. Ele morou com ela por um tempo, e há 15 dias havia deixado a residência, pois teria arrumado um emprego de caseiro.
“Ele me pediu uma força, para não ter mais envolvimento com drogas. Eu aceitei ele vir desde que ele não usasse mais drogas”, contou.
Salvador Matiello, pai de Yara, também conversou com apresentador Everton Pop, e relatou que a família está arrasada.
“Ele tirou tudo que a gente tinha. Estamos nos apegando a Deus, e pensando que temos outros filhos. Mas eu estou sem chão, não sabemos nem mais o que fazer”.
O crime
José Marcos da Silva Lima afirmou em depoimento que a sobrinha de nove anos, Yara Salvador Matiello, estava viva pouco antes de ser enterrada . Segundo ele, a menor estava mexendo uma das mãos.
Em depoimento, o tio afirmou que foi até a cidade para buscar pasta base de cocaína por volta das 21h. Nas investigações, foi constatado que o tio da menor entrou em contato com Yara por volta de 1h, foi até a casa da família e levou a criança para o sítio onde ele trabalha.
Imagens mostram o suspeito e a vítima em uma motocicleta na madrugada. Ainda no depoimento, o agressor afirmou que acordou por volta das 3h e percebeu que a vítima estava desacordada.
José pegou a menina pelos braços e, enquanto cavava a terra, percebeu que Yara mexia a mão. Desconfiado de que ela estivesse viva, o tio pegou uma enxada e atingiu a cabeça da vítima.
Depois, ela foi enterrada em uma cova rasa. O suspeito deu detalhes dos fatos ao delegado, dizendo que abusou sexualmente da menor. Ele ainda alegou que estava sob efeito de drogas e revelou o local em que escondeu o corpo da vítima, do outro lado do Rio Batistão.
O delegado José Getúlio Daniel, requereu a prisão preventiva dele e classificou o crime como nojento, repugnante, hediondo, desumano e inacreditável.
"O que temos in casu é tão notório a repugnância que qualquer adjetivo negativo é invalido para transcrever a violência desumana ocorrida no município de Terra Nova do Norte", disse o delegado.