O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, nesta quarta-feira (25) promulgou um projeto de lei que estabelece o Dia da Amizade entre Brasil e Israel, a ser comemorado anualmente em 12 de abril. Esta data foi escolhida em homenagem à primeira instalação diplomática do Brasil em Israel, que ocorreu em 1951. O projeto, que passou pelo crivo do Congresso Nacional, não recebeu sanção nem veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que optou por não se manifestar dentro do prazo constitucional de 15 dias. Com isso, a promulgação tácita foi realizada pelo Senado.
“O Brasil abriga hoje uma das maiores comunidades judaicas da América Latina, enquanto mais de 10 mil brasileiros vivem em Israel. Esta conexão humana fortalece os laços diplomáticos, aproxima culturas e promove o entendimento mútuo entre sociedades democráticas, diversas e abertas ao diálogo”, disse Alcolumbre.
Davi Alcolumbre, que possui ascendência judaica, ressaltou a importância deste ato como um símbolo de respeito à história e à diversidade, além de fortalecer as relações entre as duas democracias. Ele destacou que o Brasil abriga uma das maiores comunidades judaicas da América Latina e que cerca de 10.000 brasileiros residem em Israel. No entanto, o cenário político é complexo, uma vez que o presidente Lula tem adotado uma postura crítica em relação ao governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu. No ano anterior, Lula chegou a classificar algumas ações militares de Israel como genocidas, o que gerou tensão diplomática e resultou em sua declaração como persona non grata em Tel Aviv.
Dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), existem vozes que defendem o rompimento das relações diplomáticas com Israel. Recentemente, um manifesto assinado por candidatos à presidência do partido solicitou a suspensão total dessas relações. O projeto de lei que institui o Dia da Amizade tem uma história longa, tendo sido inicialmente proposto durante o governo de Dilma Rousseff. Em 2013, Dilma vetou uma proposta similar, pois coincidia com o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, celebrado em 29 de novembro. Para evitar conflitos, Dilma sugeriu a data de 12 de abril, e o projeto foi finalmente aprovado 12 anos depois.