“Eu não vou entregar a mesa ao Comando, não vou entregar mesa para Fávaro, ou para o Botelho, se tiver que lutar e defender a câmara, eu vou lutar e vou defender e não vamos ceder à pressão”. Essa declaração foi dada por Abílio Brunini (PL), prefeito eleito de Cuiabá, em entrevista concedida a veículos de comunicação, na tarde desta quarta-feira (06), ao falar sobre a eleição da Mesa Diretora da Câmara da capital.
Brunini, declarou que ficou sabendo que Carlos Fávaro, ministro da agricultura e o deputado Eduardo Botelho, estariam negociando cargos, para tentar compor a Mesa Diretora.
Antes de assumir o cargo de Prefeito, Brunini, prevê que vereadores que querem assumir o comando da mesa pretendem segurar as propostas e projetos do Executivo em troca de manter contratos e indicações, pois caso contrário vão impedir que a nova gestão consiga avanços nos projetos.
“Eu já deixo de antemão, ao assumir a Prefeitura, com eles na mesa ou não, eu vou romper, sim, os contratos que eles estão fazendo agora. Se eles ganharem a mesa, será guerra e nós enfrentaremos a guerra, porque eu não entregarei a mesa”, frisou Brunini.
Brunini, então foi questionado, se quando cita a palavra “Comando”, estaria se referindo a organização criminosa, Comando Vermelho, ele afirmou que sim, e citou que em entrevista recente o vereador policial federal [Rafael Ranalli (PL)], teria dito que quatro parlamentares eleitos, teriam tido o apoio da organização criminosa.
O prefeito eleito mencionou se os parlamentares não querem o nome da Paula Calil para comandar a Mesa e quiserem o nome da Michelly Alencar, Maysa Leão, não tem problema. Contudo, enfatizou que não cederá à pressão, nem aceitar faca no pescoço, muito menos negociar com aqueles que estão do lado errado, ou seja, ao lado do comando, Fávaro e Botelho.
Indagado se a escolha da Mesa Diretora não seria uma prerrogativa para ser resolvida no âmbito do parlamento e não do prefeito, Abilio salientou que quando “forças” externas estão trabalhando para tentar conquistar o parlamento, tentar coagir, cooptar ou tentar colocar a faca no pescoço do prefeito para que ele não tenha uma gestão correta nos primeiros anos, ele [prefeito eleito] precisa intervir.
“Tenho que intervir, eu tenho que ir lá conversar com eles. Não é uma invasão de Poder de jeito nenhum, é uma defesa. Imagina eu como prefeito, uma das primeiras mudanças que a gente quer fazer a gente, quer revogar algumas taxas, revogar alguns projetos aprovados, aí mando para Câmara e alguns vereadores poderão segurar para tentar negociar comigo. Não farei esse tipo de negociação”, finalizou Abilio Brunini.