O advogado Anderson de Oliveira Gonçalves, é um dos alvos da Operação da PF (Polícia Federal) que afastou cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, em investigação que apura venda de sentenças. Ele é apontado como o principal lobista do advogado Roberto Zampieri, executado com 10 tiros em frente ao próprio escritório, em dezembro de 2023.
As investigações encontraram áudios de Anderson no celular de Zampieri. Nas gravações, constam que haveria cobranças de pagamentos em aberto ao advogado. Assim, um notebook foi levado pelos agentes.
Uma equipe da PF esteve no condomínio de luxo onde o advogado mora, em Cuiabá. Cerca de 40 equipes policiais participam da operação, com investigação de parentes e assessores ligados aos investigados. Estão sendo cumpridos 44 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá/Mato Grosso.
A ação teve o apoio da Receita Federal e é um desdobramento da operação ‘Mineração de Ouro’, deflagrada em 2021, na qual foram apreendidos materiais com indícios da prática dos referidos crimes.
Entenda o caso
De acordo com o divulgado pela Polícia Civil de Mato Grosso, o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo seria o mandante do crime. Isso porque a polícia conseguiu ligar Aníbal com um intermediário do crime, o coronel do Exército Luiz Cacadini e o vínculo do coronel com os atiradores, que haviam sido indiciados em fevereiro.
Conforme informado pelo delegado responsável pelo caso à imprensa local, Nilson Farias, a polícia constatou uma disputa de terras no município de Paranatinga, a 411 km de Cuiabá.
Assim, Aníbal teria perdido uma disputa judicial sobre terras avaliadas em R$ 100 milhões, o que motivou o crime. Além disso, o mandante desconfiaria de uma suposta aproximação de Zampieri com o desembargador do caso. E Zampieri atuou como advogado da parte contrária.
Em decorrência das investigações, cinco desembargadores e um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado – TCE, foram afastados e terão que usar tornozeleira eletrônica.
Estão sendo cumpridos 44 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça em Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá/Mato Grosso.