O governo de Israel confirmou à BBC que um grupo de pessoas mantidas como reféns pelo Hamas foram libertadas nesta sexta-feira (24/11).
Ainda não sabe o número exato de libertados até o momento, mas a Cruz Vermelha fala, até o momento, em 24 pessoas.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), confirmaram que os primeiros reféns já chegaram ao território israelense e seriam encaminhados a hospitais para avaliação das condições de saúde.
A Cruz Vermelha descreveu a operação como um trabalho de "vários dias" que incluirá a entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza..
Os israelenses fazem parte de um grupo de 50 civis sequestrados em 7 de outubro durante o ataque do Hamas a Israel, episódio que terminou com a morte de 1,4 mil pessoas.
Nesta semana, Israel e o Hamas chegaram a um acordo para trocar reféns por prisioneiros palestinos, além de uma pausa de quatro dias nos confrontos.
O acordo envolve a libertação de 150 palestinos detidos em prisões israelenses e um aumento significativo da ajuda humanitária permitida em Gaza.
O cessar-fogo temporário, mediado pelo Catar, começou às 7h hora local (2h de Brasília) desta sexta-feira.
Outros 12 cidadãos tailandeses, sequestrados anteriormente pelo Hamas, também foram libertados, segundo o primeiro-ministro da Tailândia, Srettha Thavisin.
Thavisin afirmou que os funcionários da embaixada estavam “a caminho para buscá-los”, mas não especificou onde estavam os reféns.
O Serviço de Informação do Estado Egípcio confirmou a libertação: "Os esforços do Egito intensivos resultaram na libertação de 12 cidadãos tailandeses."
A libertação de cidadãos tailandeses não faz parte do acordo entre Israel e o Hamas que foi intermediado pelo Catar.
Quais reféns foram libertados
Os nomes dos reféns israelenses libertados não foram divulgados, mas era previsto que seriam mulheres e crianças.
Depois que o governo de coalizão de Israel assinou o acordo, na manhã de quarta-feira, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse em comunicado que "pelo menos 50 reféns — mulheres e crianças — serão libertados em quatro dias, durante os quais será realizada uma pausa nos combates".
Também ofereceu ao Hamas um incentivo para libertar mais sequestrados, dizendo: "A libertação de cada 10 reféns adicionais resultará em um dia adicional de pausa".
Essa cláusula é importante para as famílias dos reféns, algumas das quais já haviam dito à BBC que não queriam um acordo parcial.
Os 50 reféns, que deverão ser libertados em quatro lotes, são cidadãos israelenses ou com dupla nacionalidade, e não estrangeiros.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar disse a repórteres em Doha na tarde de quinta-feira (23/11) que o primeiro grupo de reféns a ser libertado na sexta-feira seria composto por 13 crianças e mulheres, algumas delas idosas. "Reféns da mesma família serão reunidos no mesmo lote", observou Majid al-Ansari.
Ele também disse que uma lista de nomes do primeiro grupo foi entregue à agência de inteligência israelense Mossad para facilitar a implementação do acordo.
Posteriormente, o gabinete de Netanyahu confirmou que as autoridades estavam "verificando os detalhes da lista e mantêm-se atualmente em contato com todas as famílias".
Um funcionário do alto escalão do governo americano disse na quarta-feira que pelo menos três cidadãos americanos — incluindo Avigail Idan, de três anos, uma israelense com dupla nacionalidade cujos pais foram mortos no kibutz Kfar Aza — estariam entre os 50 reféns.
Já um funcionário do alto escalão do governo israelense disse na tarde de terça-feira que o Hamas também poderia libertar unilateralmente os 26 cidadãos tailandeses que se acreditava estarem entre os reféns.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) foi designado para receber os reféns em Gaza, da mesma forma quando o Hamas libertou quatro mulheres — duas israelenses e duas com dupla cidadania de Israel e dos EUA — no mês passado.
Na noite de quarta-feira, Netanyahu citou o acordo dizendo que o CICV também "poderia visitar o restante dos reféns e dar-lhes os medicamentos necessários”". No entanto, Ansari, do Catar, não revelou se era esse o caso.
As forças israelenses que operam dentro de Gaza também resgataram uma soldada e recuperaram os corpos de outras duas mulheres reféns — uma soldada e uma civil.
O governo israelense disse que iria "continuar a guerra para devolver todos os reféns para casa, completar a eliminação do Hamas e garantir que não haverá nova ameaça ao Estado de Israel vinda de Gaza".