Foguetes do Hezbollah atingiram a terceira maior cidade de Israel, Haifa, na madrugada desta segunda-feira (7), quando o país parecia pronto a expandir as incursões terrestres no sul do Líbano, no primeiro aniversário da guerra de Gaza, que espalhou o conflito pelo Oriente Médio.
Apoiado pelo Irã e aliado do Hamas, o grupo militante palestino que luta contra Israel em Gaza, disse que teve como alvo uma base militar ao sul de Haifa com mísseis "Fadi 1" e lançou outro ataque em Tiberíades, a 65 km de distância.
O conflito em espiral tem levantado preocupações de que os Estados Unidos, a superpotência aliada de Israel, e o Irã sejam arrastados para uma guerra mais ampla no Oriente Médio, produtor de petróleo.
A polícia israelense confirmou que os foguetes atingiram Haifa, também um importante porto, e a mídia local disse que dez pessoas ficaram feridas no local.
Uma declaração militar israelense informou que cinco foguetes foram lançados em Haifa, a partir do Líbano, e que interceptadores foram disparados contra eles. "Projéteis caídos foram identificados na área. O incidente está sendo analisado."
De acordo com a nota, mais 15 foguetes foram disparados contra Tiberíades, na região norte da Galileia, em Israel, alguns dos quais foram abatidos. A mídia israelense disse que outros cinco foguetes atingiram a área de Tiberíades.
A polícia afirmou que alguns prédios e propriedades foram danificados, e houve relatos de ferimentos leves, com algumas pessoas sendo levadas para um hospital próximo.
Israel também interceptou dois drones lançados no início de hoje, procedentes do leste, depois que sirenes tocaram nas áreas centrais de Rishon Lezion e Palmachim, disseram os militares.
Não foram fornecidos mais detalhes sobre a origem dos disparos de drones no primeiro aniversário do ataque transfronteiriço de 7 de outubro contra Israel por militantes liderados pelo Hamas, que deu início à guerra em Gaza.
Enquanto isso, o Hamas atacou a capital comercial de Israel, Tel Aviv, com uma salva de mísseis, disparando sirenes nas áreas centrais do país.
Muitos israelenses, desmoralizados pelas falhas catastróficas de segurança que cercaram a incursão do Hamas em Gaza há um ano, recuperaram a confiança em seu aparato militar e de inteligência, há muito alardeado, depois de uma série de golpes mortais na estrutura de comando do Hezbollah, a principal força de representação do Irã no Oriente Médio, dentro do Líbano, nas últimas semanas.
Os subúrbios ao sul de Beirute, densamente povoados, foram novamente atingidos por ataques aéreos durante a noite, quando Israel ampliou a campanha aérea na área onde o Hezbollah tem seu quartel-general.
Israel acusa o movimento militante muçulmano xiita de ter embutido deliberadamente seus centros de comando e armamentos embaixo de prédios residenciais no centro de Beirute. O Hezbollah nega que esteja armazenando armas entre os civis.
Os ataques aéreos israelenses desalojaram 1,2 milhão de pessoas no Líbano e, à medida que a campanha de bombardeio se intensifica, muitos temem que o Líbano enfrente a vasta escala de destruição causada em Gaza pelo ataque aéreo e terrestre de Israel.
"Eu nunca imaginei que chegaríamos aqui. Israel já acabou com a Palestina e agora quer vir para cá também?", disse o libanês deslocado Mohammed Kanso.
Ele contou que está dormindo na rua há dez dias, depois de ter sido desalojado pelas ações militares israelenses, e que não tinha dinheiro para comprar remédios para si e para seu filho.