O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (5) que a Universidade Harvard deixará de receber recursos federais, ampliando o embate entre a administração do presidente Donald Trump e a instituição. A decisão foi comunicada por meio de uma carta da secretária de Educação, Linda McMahon, enviada ao reitor da universidade. Segundo McMahon, Harvard “não deve mais solicitar subvenções ao governo federal, pois não serão concedidas”. A secretária acusou a instituição de descumprir obrigações legais e éticas, além de falhar em transparência e rigor acadêmico.
A medida ocorre em meio a uma disputa entre o governo Trump e diversas universidades norte-americanas, acusadas de tolerar manifestações antissemitas em seus campi. O governo ameaça não apenas os orçamentos dessas instituições, mas também sua isenção fiscal e a permanência de estudantes estrangeiros.
Em abril, o governo congelou US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 12,4 bilhões) em repasses a Harvard e colocou outros US$ 9 bilhões (aproximadamente R$ 50,8 bilhões) sob revisão. A universidade, considerada uma das melhores e mais ricas do mundo, possui patrimônio avaliado em US$ 53,2 bilhões (R$ 300 bilhões, na cotação atual).
O conflito se intensificou após Harvard se recusar a aceitar supervisão federal sobre seus processos de admissão, políticas de contratação e orientação acadêmica. Além disso, o governo Trump iniciou procedimentos para revogar vistos e deportar estudantes estrangeiros envolvidos em protestos contra Israel e a guerra em Gaza. Segundo a administração, esses manifestantes estariam apoiando o grupo palestino Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro de 2023 em território israelense, que deu início ao atual conflito.
