O Kremlin disse, nesta segunda-feira (25), que não participará das discussões sobre a restauração da pena de morte no país.
O tema vem sendo abordado pelos principais aliados do presidente Vladimir Putin após o ataque mais mortífero na Rússia em duas décadas.
Homens armados invadiram a casa de shows Crocus City Hall, perto de Moscou, na sexta-feira, matando pelo menos 137 pessoas e ferindo 182 – a pior perda de vidas civis na Rússia desde o cerco à escola de Beslan, em 2004.
A Rússia deteve quatro homens, pelo menos um de nacionalidade tadjique, que afirmam ter executado diretamente o ataque.
O grupo Estado Islâmico assumiu a responsabilidade.
“Agora muitas pessoas estão fazendo perguntas sobre a pena de morte. Este tópico, é claro, será estudado de forma profunda, profissional e significativa”, disse Vladimir Vasiliev, líder parlamentar do partido Rússia Unida na Câmara baixa do Parlamento.
Dmitry Medvedev, um aliado de Putin que serviu como presidente da Rússia e se tornou estridentemente agressivo desde que a Rússia enviou suas tropas para a Ucrânia há dois anos, discutiu os suspeitos detidos em seu canal Telegram na segunda-feira.
“Eles precisam ser mortos?”, perguntou. “Eles têm que ser. E serão”, completou.
O Kremlin disse que não iria participar das conversas sobre o fim da moratória sobre a pena de morte.
“Não participamos nesta discussão neste momento”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a jornalistas num briefing.
A pena de morte é legal na Rússia, mas não foram realizadas execuções desde 1996, quando o presidente Boris Yeltsin emitiu um decreto estabelecendo uma moratória, que foi explicitamente confirmada pelo Tribunal Constitucional em 1999.
O código penal da Rússia permite atualmente a pena de morte para cinco crimes: homicídio, genocídio e tentativa de homicídio de um juiz, de um agente da polícia ou de um funcionário do Estado.