O escritório de imprensa do governo de Gaza, controlado pelo Hamas, denunciou nesta terça-feira (21) que apenas 986 dos 6,6 mil caminhões de ajuda humanitária programados desde a entrada em vigor do cessar-fogo entraram em Gaza, segundo um comunicado divulgado em seus canais oficiais. “Apenas 986 caminhões de ajuda entraram na Faixa de Gaza desde o início do cessar-fogo, incluindo 14 caminhões de gás de cozinha e 28 caminhões de diesel”, afirma o comunicado. “Observamos que a média de caminhões que entram diariamente na Faixa de Gaza desde o início do cessar-fogo não ultrapassou 89 caminhões, dos 600 que estava previsto que entrariam diariamente”, acrescenta.
O Escritório enfatizou que “essas quantidades limitadas não cobrem as necessidades humanitárias e vitais mínimas, e que a Faixa de Gaza necessita urgentemente de um fluxo regular de não menos de 600 caminhões de ajuda diariamente, incluindo alimentos, suprimentos médicos e de socorro, combustível para operações e gás de cozinha, para garantir as necessidades mínimas para uma vida digna”.
Israel fechou neste domingo (19) todos os pontos de acesso a Gaza, assegurou [o escritório], como represália por um suposto ataque do Hamas no sul do enclave, e eles voltaram a funcionar parcialmente no dia seguinte. As Forças de Defesa de Israel (FDI) também bombardearam o sul e o centro da Faixa, matando cerca de 45 pessoas, confirmou o Ministério da Saúde de Gaza à Agência EFE.
Segundo a imprensa israelense, o governo decidiu paralisar o acesso de bens básicos a Gaza, como comida, remédios ou combustível, por sugestão do chefe do Estado-Maior do Exército, Eyal Zamir, que acusou os islâmicos de terem violado o acordo de cessar-fogo.
O acordo anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estipulava a entrada imediata de ajuda humanitária, cujo acesso ao enclave – que sofreu com a fome na cidade de Gaza e áreas adjacentes – aumentou desde o início da trégua, mas segue muito abaixo das necessidades de seus 2,1 milhões de habitantes.