Entidade afirma que permite 'marketing jurídico exercido de forma compatível com preceitos éticos', mas veda 'mercantili
Entidade afirma que permite 'marketing jurídico exercido de forma compatível com preceitos éticos', mas veda 'mercantili
Responsável pela defesa de um dos acusados pela chacina que deixou sete mortos em um bar em Sinop, no Mato Grosso, Marcos Vinícius Borges é alvo de um processo disciplinar instaurado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por “conteúdo publicado nas redes sociais”. Nesses perfis, ele ostenta carros de luxo e anéis e relógios de ouro. Segundo Jorge Jaudy, presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-MT, já foram tomadas “providências pertinentes no âmbito ético-disciplinar, cuja tramitação se dá em sigilo, nos termos do Art. 72 § 2º do Estatuto da Advocacia”. Na nota que confirmou o procedimento, a entidade afirma que “permite que o marketing jurídico seja exercido de forma compatível com os preceitos éticos, respeitadas as limitações impostas pelo Estatuto da Advocacia, Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina”. A decisão, porém, destaca que “o Provimento também impõe vedações, de modo a proibir a captação de clientela ou mercantilização da profissão, exigindo, ainda, que quaisquer informações atinentes ao exercício da profissão sejam realizadas sempre com discrição e sobriedade, sem ostentação”. “A OAB/MT tomou conhecimento acerca do conteúdo publicado nas redes sociais do advogado Marcos Vinícius Borges, já tendo adotado as providências pertinentes no âmbito ético-disciplinar, cuja tramitação se dá em sigilo”, afirmou Jaudy. Procurado, Borges afirmou que ainda não foi notificado sobre a "advertência" e que irá responder a qualquer acusação, apontando que os vídeos foram gravados antes de ele ter o provimento na OAB. Sobre a publicidade que dá aos seus casos, ele afirma ser "reflexo do bom trabalho". "Não tenho problema algum em expor a maneira como eu vivo porque é a maneira como eu vivo, com minhas próprias coisas e meus próprios bens, pagos e quitados. Confio na instituição e me coloco à disposição para responder qualquer procedimento que for necessário", disse. Marcos Vinícius Borges assumiu a defesa de Edgar na última terça-feira. O advogado defende que seu cliente não teve a intenção de matar a criança que estava no local (sem citar as outras seis vítimas) e que ele estaria arrependido de ter cometido o crime, mas que iria arcar com as “consequências jurídicas do processo”. Também nas redes sociais, Borges faz questão de compartilhar todas as publicações nas quais é citado. Os casos em que Borges atua, e dos quais compartilhou o “êxito” da defesa, vão de acusações de estupro a homicídio. Nesta terça-feira, o advogado foi às redes sociais compartilhar a publicação do GLOBO na qual era citado. "As pessoas próximas a você não querem ver seu sucesso, seus colegas não torcem por você. [...] Não estou desrespeitando minha instituição, mas chega desse mundo medíocre onde não se pode ter nada, tendo que viver na miséria para agradar as pessoas que te cercam", publicou Borges em suas redes sociais.