O governador Mauro Mendes (União Brasil) e a senadora Margareth Buzetti (PSD) criticaram duramente as declarações do deputado federal Emanuelzinho (MDB) sobre a situação do Hospital Estadual Santa Casa, em Cuiabá. Ambos classificaram como “conversa fiada” as articulações do parlamentar junto ao governo federal para tentar manter a unidade em funcionamento.
Na semana passada, Emanuelzinho cobrou publicamente uma resposta do governo estadual a um pedido de reunião e acesso aos estudos de viabilidade para que a União assumisse a gestão da Santa Casa. Segundo ele, não houve retorno por parte do Executivo. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) e o próprio governo negaram a acusação e afirmaram que não houve omissão.
Durante entrevista coletiva na sexta-feira (18), Mauro Mendes foi categórico ao ser questionado sobre a suposta articulação: “Não houve conversa nenhuma. É mais uma conversa fiada, mais uma vez”, afirmou o governador, negando qualquer movimentação oficial do deputado em relação ao hospital.
A senadora Margareth Buzetti também minimizou as ações de Emanuelzinho e ressaltou que o governo federal terá um desafio à frente: administrar o novo Hospital Universitário Júlio Müller, cuja inauguração está prevista para os próximos anos. Para ela, tentar transferir a gestão da Santa Casa para a União seria inviável, especialmente diante das dificuldades judiciais e estruturais da unidade.
“A Santa Casa, desde 2019, teve uma sobrevida porque o governo estadual assumiu. Mas ela já estava respirando por aparelhos. A culpa disso tudo é do Emanuel Pinheiro. Se o Emanuelzinho realmente quisesse uma solução, deveria chamar toda a bancada federal e discutir alternativas com o TRT”, declarou.
Segundo o deputado, o Ministério da Saúde demonstrou interesse em manter os atendimentos da Santa Casa, principalmente no setor de oncologia — área em que a unidade é referência —, diante do fechamento previsto para setembro com a inauguração do novo Hospital Central, que ficará sob gestão do Estado. No entanto, ele alegou que o governo estadual estaria dificultando o acesso às informações necessárias para dar continuidade às tratativas. A Secretaria de Saúde voltou a negar qualquer impedimento nesse sentido.
Enquanto o impasse político continua, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) já anunciou o edital de venda do prédio da Santa Casa. Empresas que operam no local terão 60 dias para desocupação, e o imóvel será leiloado com lance mínimo de R$ 54,7 milhões — valor correspondente a 70% da avaliação total.