O presidente de Israel, Isaac Herzog, tornou pública nesta quarta-feira (12) uma carta de seu homólogo americano, Donald Trump, na qual ele faz um pedido oficial para que indulte o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, julgado por corrupção. “Pela presente, peço que perdoem completamente Benjamin Netanyahu, que tem sido um primeiro-ministro formidável e decisivo durante a guerra, e que agora está guiando Israel para uma era de paz”, diz a carta do mandatário americano divulgada pelo escritório de Herzog.
“O presidente Herzog tem o presidente Trump na mais alta estima e reitera seu profundo agradecimento por seu firme apoio a Israel”, afirmou o escritório do presidente israelense em um comunicado publicado em seus canais oficiais. “No entanto, e sem prejuízo do anterior”, continuou, “como a Presidência deixou claro em todos os momentos, quem desejar obter um indulto presidencial deve apresentar um pedido formal de acordo com os procedimentos estabelecidos”.
Netanyahu, que ainda não foi condenado, tem três processos judiciais abertos: os casos mil e 2 mil, por fraude e abuso de confiança, e o 4 mil, considerado o mais grave e que gira em torno de um suposto acordo de suborno entre Netanyahu e o empresário Shaul Elovich, que controlava a empresa de telecomunicações Bezeq e o site Walla News e que se beneficiou economicamente em troca de uma cobertura favorável.
“Embora eu respeite absolutamente a independência do sistema judicial israelense e seus requisitos, acredito que este ‘caso’ contra Bibi é uma perseguição política injustificada”, sentenciou o republicano em sua carta a Herzog.
Trump já havia solicitado a Herzog o indulto de Netanyahu durante seu discurso no Parlamento israelense em 13 de outubro, como parte da visita que fez a Israel depois que o governo israelense e o grupo islâmico Hamas aceitaram seu plano de paz. “Por que você não concede um indulto a Netanyahu?”, perguntou Trump a Herzog na ocasião, diante dos parlamentares.
Está previsto que o premiê israelense preste depoimento hoje, segundo anunciou o tribunal que conduz o caso em seu site, de acordo com a agenda semanal do julgamento, que exige o comparecimento do líder três vezes por semana.
Não são poucas as vezes que Netanyahu solicitou o adiamento do processo desde seu início em 2024. Na maioria das ocasiões, se baseou na ofensiva militar de suas tropas contra a Faixa de Gaza – agora sob um teórico cessar-fogo – para justificar suas ausências.
Netanyahu, que afirma que o julgamento contra ele é uma “caça às bruxas” e uma trama do “Estado profundo”, é o primeiro chefe de governo na história de Israel a ser processado enquanto exerce o cargo.


