A sessão da Câmara de Várzea Grande nesta quarta-feira (29.10) foi marcada por um embate acalorado entre os vereadores Samir Japonês (PL) e Sardinha (MDB). Após ser criticado pelo colega, Samir subiu à tribuna e respondeu de forma dura, expondo acusações contra o adversário e defendendo seu padrinho político, o vice-prefeito Tião da Zaeli (PL).
No início do discurso, Samir adotou tom sereno e destacou que sua trajetória é guiada por “pilares como Deus, família e respeito”. Disse ter orgulho de ser afilhado político de Tião da Zaeli, “um padrinho que gera milhares de empregos em Várzea Grande e doa seu salário à população”.
Mas o clima mudou quando o parlamentar passou a responder diretamente às críticas de Sardinha. Com o tom elevado, Samir afirmou que o colega “não tem moral para falar” e o acusou de “ter sido flagrado em situação constrangedora dentro da Casa de Leis”.
“Um cara acusado duas vezes, com duas condenações pesadas, não tem moral para falar aqui dentro. Estava se pegando com mulher dentro dessa Casa. Que moral tem para falar de família, de Deus?”, disparou. Samir também citou que fiscaliza a falta de água em Várzea Grande e responsabilizou pela situação o senador Jayme Campos (União), o ex-prefeito Kalil Baracat (MDB) e a atual prefeita Flávia Moretti (PL).
“A culpa dessa porcaria dessa água é do Jayme, do Kalil e agora, principalmente, dessa mentirosa Flávia Moretti. Cadê a água? Eu cobro todos os dias. Eu não preciso me esconder atrás de mandato”, afirmou.
Mais cedo, Sardinha havia usado a tribuna para dizer que “é preciso colocar cada um em seu devido lugar” e garantiu que não aceita ser desrespeitado. O vereador afirmou que deve satisfação apenas a Deus e ao povo que o elegeu.
“Eu devo obrigação para duas pessoas: primeiro, para Deus, que me deu meu mandato, e segundo, para o povo que me elegeu. Eu não tenho mandato dividido nem compartilhado. O que eu tenho que dizer é para o povo de Várzea Grande”, declarou.
O parlamentar ainda ironizou Samir, dizendo que ele “quer sentar em seu lugar e assinar por ele”. Sardinha destacou que o poder decisório é da prefeita e não dos vereadores. “Nós não temos o poder da caneta. Quem manda é a prefeita”, disse.
Com 17 anos de carreira na Polícia Militar, Sardinha afirmou que não deve favores políticos e ressaltou sua independência. “Nunca precisei que ninguém me acomodasse. Não tenho padrinho político e não devo satisfação a ninguém, só ao eleitor”, afirmou.
Encerrando o discurso, o vereador mandou um recado direto sobre o incômodo de Samir com sua vice-liderança do Executivo na Câmara. “Se está incomodando a vice-liderança que o vereador Sardinha ocupa, pega ela, leva para casa, coloca na estante e fica olhando o dia inteiro para ela. Quem sabe assim o senhor consiga vencer as próximas eleições”, concluiu.


