Depois de anos de reclamações e insatisfação da população com o transporte coletivo, a Prefeitura de Várzea Grande deve dar início, nos próximos dias, a um processo de licitação emergencial para o setor. A informação foi confirmada pela prefeita Flávia Moretti (PL), que também descartou, por ora, a revogação do contrato com a União Transportes.
O sistema, considerado um dos mais problemáticos da região metropolitana, voltou ao centro das discussões após o reajuste nas tarifas. Desde junho, a passagem entre Cuiabá e Várzea Grande passou a custar R$ 5,95. Já dentro da Cidade Industrial, o valor é de R$ 4,95 — uma das tarifas urbanas mais altas do país.
Mesmo diante da pressão popular, a chefe do Executivo municipal afirma que não há possibilidade, no momento, de romper o contrato com a empresa que opera as linhas municipais e intermunicipais. O motivo, segundo ela, é a ausência de um plano de mobilidade urbana consolidado.
“Eu não estudo revogar. Eu estudo fazer concessão nova, pedindo novas linhas de ônibus. Talvez eu precise fazer uma licitação provisória, para que a gente possa atualizar o número de veículos. A concessão do transporte coletivo será feita após um amadurecimento. Após uma adequação do plano de mobilidade urbana. Temos que tratar de forma técnica”, disse a prefeita, em entrevista.
A proposta da gestão é que essa licitação emergencial seja usada para reavaliar a frota e ajustar o serviço às reais necessidades da população. Somente após a finalização do plano de mobilidade urbana é que a nova concessão definitiva será colocada em prática.
“Vamos fazer um plano de mobilidade urbana e depois dar início a uma concessão privada do transporte coletivo com mais solidez e eficiência. Com mais investimentos a serem colocados pela empresa de transporte futura. Iremos indicar nesse plano as novas diligências e será ele que modulará o contrato da nova concessão”, completou.
Em janeiro, Flávia Moretti chegou a declarar publicamente a intenção de retirar a União Transportes do município. À época, a prefeita afirmou que sequer localizou o contrato oficial entre a empresa e a Prefeitura, o que quase levou ao cancelamento da prestação de serviço. A decisão, no entanto, foi revista.
Agora, a meta da gestão municipal é reorganizar o setor com mais planejamento e transparência, priorizando a melhoria do serviço prestado aos moradores de Várzea Grande.