Nesta manhã, a Polícia Civil do DF realizou a segunda fase da operação Sicário, resultando na prisão de 11 membros do PC
Nesta manhã, a Polícia Civil do DF realizou a segunda fase da operação Sicário, resultando na prisão de 11 membros do PC
Nesta manhã, a Polícia Civil do DF realizou a segunda fase da operação Sicário, resultando na prisão de 11 membros do PCC e um do Comando Vermelho. As investigações tiveram início há dois meses. Recrutamento, batismos, ameaças de morte, tribunal do crime e comandos de dentro da prisão. Essas ações estão sendo investigadas como parte dos atos macabros supostamente realizados por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Brasília. Na manhã desta segunda-feira (29/05), a Polícia Civil do DF deflagrou a segunda fase da operação Sicário e efetuou a prisão de 11 membros do PCC e um do Comando Vermelho (CV). As investigações começaram há dois meses, quando Gabriel dos Santos Lima, integrante do PCC e responsável pelo recrutamento de novos membros em Brazlândia, foi detido. Na época, foram descobertas ordens de ataques à polícia e à população de Brazlândia emitidas por Walter Pereira de Lima, também membro da facção paulista e pai de Gabriel. Walter foi submetido ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) e instruiu seu filho, por meio de mensagens enviadas de dentro da prisão, a recrutar novos membros e atacar policiais, bem como incendiar ônibus na cidade. O objetivo era causar pânico na população e confrontar grupos rivais. O detento também estaria envolvido na transmissão de mensagens ameaçadoras a um delegado da PCDF e à juíza da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal (VEP), Leila Cury. Nas anotações, Walter ordenava o sequestro de um membro da família da magistrada, na tentativa de coagi-la a conceder alvarás de soltura para internos. Recrutamento e tribunal Conforme revelado pelas investigações, os integrantes do PCC exigiram que dois novos recrutas assassinassem o sobrinho de um policial militar de Brazlândia. Os autores aceitaram a proposta e a vítima, de 37 anos, foi morta à luz do dia na quadra 58 da Vila São José de Brazlândia, em 25 de setembro de 2022. Após o crime, os criminosos foram aceitos como membros do PCC. Ambos foram presos na manhã desta segunda-feira. Como prática, a facção impõe o Tribunal do Crime, um julgamento realizado pelos próprios membros da organização criminosa em casos de traição, por exemplo. Mensagens mostram dois faccionados de Brasília decidindo sobre a tortura e morte de um membro e sua esposa, acusados de trair a organização criminosa. De acordo com as conversas, durante a tortura, os executores deveriam garantir aos traidores que eles sobreviveriam. Isso visava obter informações relevantes antes da execução do casal. Também foram capturadas deliberações e decisões sobre a morte de um inimigo local da facção. Ligação Uma das mulheres presas pela PCDF nesta manhã atuava como elo entre os membros do PCC do Distrito Federal e a alta cúpula, chamada de "sintonia final", da facção no estado de São Paulo. Ela era responsável por transmitir as mensagens dos faccionados presos para a "sintonia final" e também se dedicava a resolver demandas trazidas pelos membros dentro do estabelecimento prisional. As investigações revelaram que foi ela quem transmitiu o pedido de socorro do PCC local para a "sintonia final", devido ao suposto crescimento do Comboio do Cão. A mensagem foi escrita por um preso da Penitenciária do Distrito Federal 1 (PDF 1). O texto deixa clara a disputa entre as duas facções. "Estamos vivendo uma situação de abandono e opressão tanto pelo Estado e tanto por uma quadrilha que se denomina Comboio do Cão. Precisamos deatenção do PCC com urgência. Só uma facção do nosso porte para nos amparar e lutar em bando e bem armado contra ao estado no centro do poder", escreve. O detento menciona o Comboio do Cão "bloqueando" o PCC no sistema penitenciário e "impedindo" a disseminação da ideologia da organização criminosa fundada no DF. "Eles disseram que vão batizar excluídos e marcados pelo PCC, e que seu projeto já foi lançado nas ruas para nos bloquear também". Segundo o faccionado, existem 27 membros do PCC no pátio e 80 do CDC, o que causa preocupação. "Somos minoria em todos os blocos e a maioria é sempre do CDC". Por fim, o detento pede ajuda da "Sintonia do Estado", um núcleo do PCC. Foto: ED ALVES/CB/D.A.Press)