O dólar passou a operar em alta nesta quarta-feira (26), após novos dados de emprego bem acima do esperado pelo mercado. Investidores ainda monitoram os balanços corporativos do dia, com destaque para os números da Petrobras, no Brasil, e da fabricante de chips Nvidia, nos Estados Unidos.
Segundo dados do Ministério do Trabalho, o Brasil gerou 137,3 mil empregos formais em janeiro deste ano. O resultado representa uma queda de 20,7% em relação a janeiro do ano passado (173,2 mil vagas), mas ainda foi três vezes maior do que o esperado pelo mercado.
Números do mercado de trabalho são importantes para avaliar a trajetória da inflação e dos juros do país.
O cenário político brasileiro e a repercussão das medidas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também ficam no radar.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, opera em queda.
Dólar
Às 12h10, o dólar subia 0,72%, cotado a R$ 5,7961. Na máxima do dia, alcançou R$ 5,8051. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 0,01%%, cotada a R$ 5,7547.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,42% na semana;
recuo de 1,41% no mês; e
perdas de 6,88% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa tinha queda de 0,45%, aos 125.417 pontos.
Na véspera, o índice teve alta de 0,46%, aos 125.980 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
queda de 0,90% na semana;
perdas de 0,12% no mês;
alta de 4,74% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
A manhã desta quarta no mercado é marcada por um ambiente de mais calma, enquanto investidores aguardam pelas divulgações previstas para este pregão.
Além da espera pelos números, as preocupações com a inflação e com o quadro fiscal brasileiro continuam no radar dos investidores, que repercutem o noticiário dos últimos dias.
Segundo o IBGE, o IPCA-15, que é a prévia da inflação oficial, registrou um aumento de 1,23% dos preços em fevereiro. Apesar de o índice ter vindo abaixo do esperado pelo mercado (1,34%), o número ainda representa uma forte aceleração em relação a janeiro (0,11%).
Além disso, com o resultado, o IPCA-15 passou a acumular uma alta de 4,96% em 12 meses, bem acima da meta do Banco Central do Brasil (BC), que é de 3% e tem um intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
De acordo com a economista-chefe da B.Side investimentos, Helena Veronese, o resultado mostra uma pressão de fatores sazonais já esperados pelo mercado, mas ainda indica uma continuidade no ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic) do país.
Com isso, também seguem no radar as falas recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em meio a preocupações com as contas públicas.
Na véspera, Lula trouxe algumas medidas na tentativa de aumentar a popularidade do governo. Além de medidas do programa Pé-de-Meia e do Farmácia Popular, um novo anúncio sobre o saque-aniversário do Fundo de Garantia sobre o Tempo de Serviços (FGTS) também é esperado para amanhã.
Lula também falou, recentemente, sobre sua intenção de baixar o preço dos alimentos e sobre enxergar um crescimento melhor do que o esperado para a economia.
Já o Haddad afirmou, na véspera, que "não existe um ajuste fiscal possível" caso a economia não cresça, destacando que os desafios fiscais e a necessidade de investimentos públicos não serão resolvidos apenas com o arcabouço fiscal.
Haddad também afirmou ser "politicamente difícil" corrigir desequilíbrios fiscais, reforçando que a determinação do presidente Lula é que a equipe econômica encontre o equilíbrio das contas públicas sem penalizar a população mais pobre.